Baixa vacinação de crianças provoca aumento de casos de sarampo no Brasil
O Brasil não atingiu nenhuma das metas de cobertura das vacinas infantis disponíveis pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) em 2020. De acordo com Heloisa Helena de Souza Marques, responsável pelo serviço de Infectologia Pediátrica do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFM), a pandemia da Covid-19, piorou o número de imunizados.
Entretanto, ela destaca que essa queda na vacinação começou muito antes, em 2015. "Doenças como sarampo e rubéola, que são importantes na faixa pediátrica, foram consideradas quase erradicadas após décadas de campanhas de vacinação. Porém, o sarampo tem visto um aumento de casos que geram surtos importados ou com circulação autóctone", avalia.
A especialista diz que é mito dizer que muitas doenças foram erradicadas no mundo com as vacinas, justamente porque muitos países não têm cobertura vacinal adequada, fazendo com que o vírus selvagem continue em circulação. A única doença 100% erradicada foi a varíola. A vacina tríplice viral faz parte do calendário de vacinação no Brasil e deve ser aplicada em todas as crianças a partir dos 12 meses de idade, com duas doses, e tem validade para toda a vida. Ela protege contra três doenças virais: sarampo, rubéola e caxumba - todas elas altamente contagiosas. (BN)