Com dificuldade para contratar, supermercados recorrem ao Exército em busca de jovens

O setor de supermercados, que sempre foi uma das portas de entrada pro primeiro emprego no Brasil, está passando por uma situação curiosa: mesmo com 350 mil vagas abertas, tá difícil encontrar gente pra preencher esses postos.

Quem falou sobre isso foi o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, em entrevista nesta quinta-feira (29). Segundo ele, falta mão de obra qualificada e, pra tentar resolver o problema, até parcerias com o Exército Brasileiro estão sendo feitas pra atrair mais jovens.

“Antes, o supermercado era o primeiro emprego de muitos jovens. Hoje, eles preferem trabalhos informais, que oferecem mais flexibilidade”, comentou Milan.

Apesar da taxa de desemprego estar em 6,6% (a menor pra esse período desde 2012, de acordo com o IBGE), as empresas estão tendo que correr atrás dos trabalhadores — o jogo virou. “No passado, o trabalhador procurava emprego. Agora, são as empresas que precisam ir atrás deles”, disse o executivo.

Pra mudar esse cenário, o setor está buscando novas estratégias de contratação e qualificação, como o projeto com o Exército, que quer aproveitar jovens recém-saídos do serviço militar obrigatório. A ideia é fazer um mapeamento dos perfis, trocar informações e oferecer vagas com chance de crescimento.

Além disso, os supermercados também estão tentando diversificar o perfil dos contratados, apostando tanto em pessoas com mais de 60 anos — que têm mais tempo disponível — quanto em jovens que buscam horários mais flexíveis. Segundo Milan, a Abras já levou essas ideias até o Ministério do Trabalho e sugeriu a criação de um comitê pra discutir formas de contratação mais adaptadas à realidade de hoje.

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