Hospital de Base de Itabuna realiza técnica inédita de curativo a vácuo em pacientes com feridas complexas

 

O Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (HBLEM), instituição administrada pela Fundação de Assistência à Saúde (FASI), está realizando uma técnica inovadora em pacientes com feridas complexas: a Terapia Por Pressão Negativa Adaptada (TPN).

Há cerca de oito meses, a experiência vem sendo aplicada na unidade hospitalar com resultados positivos, através de uma ação da extensão do Projeto Gestão do Cuidar em Enfermagem, desenvolvido pela disciplina de Enfermagem Perioperatória da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). O projeto está sob o comando da enfermeira Paula Soriano, professora da disciplina.

No Brasil, os únicos lugares que se utilizam desse método até o momento são o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), o Hospital de Queimados no Pará, enquanto na Bahia, o Hospital de Base. Também conhecida como curativo a vácuo, a técnica é realizada com o reaproveitamento da espuma retirada das escovinhas de degermação que seriam descartadas no lixo.

Após a espuma ser esterilizada na autoclave, uma sonda de aspiração é introduzida nela com o cateter, no local da ferida. O cateter é conectado no vácuo da parede do hospital. A ferida é vedada totalmente com um filme plástico, sem contato com ambientes externos.

A retirada de toda a secreção ruim na ferida (pus, secreção purulenta, etc.), ajuda a reduzir a população bacteriana e a quantidade de fluido em excesso que atrapalham a cicatrização. Vale destacar que a técnica não pode ser feita em feridas necrosadas.

Quem avalia se os pacientes possuem ou não indicação para o procedimento é a enfermeira Márcia de Jesus Santos da Comissão de Feridas do HBLEM. Juntamente com Paula, ela realiza o procedimento na unidade hospitalar. “A gente observa que existe uma aceleração na cicatrização. Tivemos desfechos positivos com alta mais rápida dos pacientes”, declarou.

O curativo a vácuo, diferente do curativo convencional, pode ser trocado a cada três dias (72 horas), o que gera uma economia de material para o hospital e menos lixo ao meio ambiente.

“O resultado é tão satisfatório quanto a versão da TPN industrializada, que chega a custar até R$ 3 mil por curativo. Provamos que é possível utilizar aqui no Hospital de Base, cuja demanda é do SUS”, afirmou Paula Soriano.

“A intenção é que a partir da familiarização dos enfermeiros com a nova técnica, a equipe do hospital possa estar totalmente apta para realizar o procedimento em pacientes com indicação de TPN”, acrescentou.

A TPN

A terapia de feridas com pressão negativa (TPN) foi criada em 1993 nos Estados Unidos com o objetivo de reduzir os tempos de cicatrização e de hospitalização. Em 1996 foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA).

Devido ao alto custo da técnica, em 2007 o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu uma TPN de baixo custo que utiliza um estabilizador de pressão conectado a um vácuo de parede hospitalar e um curativo vedado com gaze para favorecer sua aquisição. A técnica foi testada com êxito no Hospital de Queimados no Pará e agora está sendo experimentada no HBLEM. (Ascom/PMI)

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